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Ativo mais rentável em janeiro, ouro deixa de ser negociado na B3 na volta do Carnaval

Ativo mais rentável em janeiro, ouro deixa de ser negociado na B3 na volta do Carnaval

O ativo mais rentável no mercado financeiro no Brasil neste início de ano não tem atraído tanto interesse dos investidores. Ao menos é essa a alegação da B3 para descontinuar as negociações dos contratos de ouro à vista (OZ1D; OZ2D e OZ3D) a partir de 16 de fevereiro, poucos dias após a volta dos negócios na bolsa brasileira da pausa do Carnaval. 

Nem mesmo o desempenho do metal precioso negociado na bolsa brasileira parece ser o suficiente. Conforme levantamento elaborado pelo consultor Einar Rivero, o ouro teve valorização de 7,39% no acumulado de janeiro, superando todas as demais aplicações no período. Já o Ibovespa (IBOV), principal indicador da bolsa, foi na contramão e amargou queda de 4,79%.

No entanto, no acumulado em 12 meses até janeiro deste ano, o ouro B3, como é denominado o contrato à vista do metal precioso na bolsa brasileira, está entre as piores aplicações. Aliás, conforme dados da Elos Ayta Consultoria, apenas três ativos estão no vermelho nesse período, sendo um deles o ouro, com queda de 1,68%.

A decisão coloca em prática anúncio feito em outubro. Em nota, a B3 informa que, com a evolução do mercado financeiro, outras opções atraíram os investidores interessados em negociar a commodity metálica, como os fundos de índices (ETFs) e os recibos de depósito (BDRs) de ETF que replicam o desempenho do ouro no mercado internacional. 

Conforme a operadora da bolsa brasileira, esses fundos têm maior liquidez, ao passo que o mercado de ouro à vista na B3 é “pouco representativo”. Para se ter uma ideia, a B3 informa que, no mês anterior ao anúncio do encerramento da negociação do ativo, em setembro, o volume médio diário de negociação do ouro foi de R$ 1,6 milhão.

Trata-se de um giro financeiro médio mais de dez vezes inferior ao movimentado pelos ETFs e BDRs referenciados ao ouro que, segundo a B3, somaram R$ 19,7 milhões. Além disso, a B3 afirma que o número de investidores com posição em ouro também é baixo, de cerca de mil, o que representa menos de 0,04% do total de investidores em bolsa na B3.

Além da redução do volume de negócios, a B3 afirma também que a decisão de cancelar o contrato à vista do metal precioso elimina o custo e a logística de administrar o ouro físico, trazendo a mesma segurança para os investidores que buscam exposição ao ativo, visando a rentabilidade dessa aplicação.  

No entanto, os investidores que não quiserem se desfazer da posição física em ouro na bolsa têm a opção de transferir a custódia temporariamente, desde que se responsabilizem em retirar as barras de ouro – que possuem cerca de 250 gramas, cada – em um banco aqui no Brasil, onde o ativo será guardado em um cofre, seguro.

Em comentário na rádio CBN, no fim do ano passado, o consultor de investimentos Marcelo d’Agosto afirmou que, embora tenha ficado surpreendido e chateado com a notícia, a decisão da B3 é uma mudança que reflete a maior internacionalização do mercado financeiro brasileiro, com todos os pontos positivos e negativos.

 

Gold sim, ouro não


De fato, o contrato futuro do ouro negociado na bolsa de futuros de commodities em Nova York (Comex) alcançou uma marca inédita na reta final de 2023, além da faixa de US$ 2, 1 mil por onça-troy durante um pregão no início de dezembro. Na ocasião, especialistas já indicavam que o metal precioso deve atingir novas máximas históricas em 2024. 

O estrategista-chefe de commodities do ING, Warren Patterson, explica que essa perspectiva se dá devido à expectativa de cortes nos juros dos Estados Unidos ao longo deste ano. A previsão do banco holandês é de que o Federal Reserve comece a cortar a taxa entre o segundo trimestre e o fim de 2024, em um total de 1,5 ponto porcentual (pp). 

“A taxa de juros mais baixa nos EUA e as expectativas de um dólar mais fraco deverão fazer com que a procura pelo metal precioso aumente, o que impulsionará o preço do ouro à vista para níveis recordes”

— WARREN PETERSON, ESTRATEGISTA-CHEFE DE COMMODITIES DO ING, EM RELATÓRIO.


Vale lembrar que as oscilações do preço do ouro costumam ter correlação inversa ao dólar e às taxas de juros norte-americanas. Ou seja, quando o dólar e os juros dos EUA sobem, o ouro cai; já quando a moeda norte-americana e o rendimento dos títulos soberanos do país (Treasuries) recuam, o metal precioso se valoriza. 

Assim, quem quiser tirar proveito da perspectiva de valorização do ouro ao longo do ano precisará buscar outras opções de investimento nesse ativo, como em cotas de fundos internacionais de ouro negociados na B3. Afinal, o próprio presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou que haverá cortes na taxa de juros dos EUA, ainda que não em março. 

bg

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